8 de abr. de 2009

Observações do tempo presente II

Você já reparou como as coisas andam mais aceleradas e o tempo passando rápido demais? Pois, é. Essa é a sensação da maioria das pessoas. Mas nem todas. Em tempos de crise, de demissões em massa, de redução de custos e vacas magérrimas há um grupo de pessoas que tem sentido o tempo passar lentamente.

Pais de família, jovens recém-formados, mulheres independentes (ou tentando ser) e toda sorte de indivíduos em idade ativa com mil e uma responsabilidades e sonhos estão sendo tolhidos de seu direito de fazer a roda do mundo girar e passam dias e noites a espera... de um milagre?!

Quase isso. Essas pessoas esperam um telefonema, um e-mail ou coisa que o valha com uma boa notícia, uma proposta por mais simples que seja, mas que lhes faça respirar mais aliviado, que lhes dê um novo fôlego para prosseguir vivendo.

Tenta-se de tudo: ligar, bater de porta em porta, enviar e-mail de trocentas maneiras diferentes e nada. Nada acontece e os dias seguem sua rotina. Computador, televisão, rua, tarefas domésticas, conversas sem nenhum sentido e a vida corre...

Corre para onde? Será que um dia se chega mesmo à linha de chegada ou volta-se ao ponto de partida? Vira e mexe surge uma ideia, uma entrevista, uma possibilidade que logo se frustra e aí? Faz-se o quê?

De quem é a culpa? Do desempregado? Do governo? Da crise internacional? Não sei as respostas, sei que cada dia fica mais difícil para essas pessoas terem esperança, acreditarem que tudo vai melhorar, que o futuro é promissor porque na verdade, o futuro já chegou e as necessidades não cessam porque o emprego não vem. A criança não deixa de ficar doente, o dente não deixa de doer, as contas não deixam de chegar, mas o contracheque sim.

E é essa dura realidade que desacelera o relógio e acelera a mente, a vontade de que as coisas aconteçam logo, que a crise passe, que as empresas contratem e não olhem a sua idade avançada ou a sua falta de experiência na hora de contratar. Que não façam questão do inglês avançado que você nunca teve oportunidade de fazer, de conhecimentos profundos da informática que você mal conhece nem da pós-graduação que você ainda não teve tempo de fazer.

Sem mais observações por hoje.