23 de mar. de 2009

Crise ambiental

Ventos destruidores, ondas gigantes devastadoras, temporais fora de hora, enchentes que levam móveis, sonhos e vidas, avalanches, cidades ameaçadas pelo aumento do nível dos mares e toda sorte de fenômenos naturais que ficaram completamente bagunçados nos últimos anos. Tudo causado por um único motivo: aquecimento global.

Ok, eu sei que você já está cansado de ouvir falar nisso, mas é preciso falar sempre mais porque parece que a maioria das pessoas ainda não se deu conta de que nós somos os culpados de famigerado mal. O homem destruiu aquilo que tinha de mais valioso: a natureza.

Em nome do tal progresso, devasta-se a Amazônia, corta-se árvores sem qualquer critério, entope-se os grandes centros de indústrias fumegantes liberando gás carbônico e poluindo o ar e não se cria uma ruguinha se quer na testa quando um produto químico, altamente tóxico é despejado no mar, matando os animais que ali têm seu habitat natural.

As pessoas estão dando de ombros para isso e continuam a manter seus carrões importados desfilando pela cidade para ir de casa à padaria, jogam papel no chão e na primeira enchente repetem o discurso para lá de hipócrita culpando o governo. Como diz a “boca pequena”, sentam-se no próprio rabo para falar do rabo alheio.

Longe de demitir o governo de sua culpa por não realizar as obras e as políticas ambientais necessárias, estou aqui para mostrar que estamos todos no mesmo barco que logo se afundará numa dessas enchentes (quiçá, numa tsunami). A grande verdade é que todos nós temos parcela de culpa no caos ambiental que estamos enfrentando e que tende a piorar para as gerações vindouras.

“Ah, o Brasil é um país abençoado, não tem furacão, terremoto, nevasca, nada disso”. É assim que escondemos nosso egoísmo. Que se dane os animais que morrem nos mares do mundo todo por conta da poluição, que se danem aqueles que perdem as suas casas por causa da chuva, que se danem...

Que se danem os mortais individualistas e auto-centrados cujas mentes não vão além do próprio umbigo! Os animais que morrem lá alteram a cadeia ambiental no mundo todo, aquela velha história da borboleta que bate as asas aqui e causa um terremoto na Índia nunca foi tão verdadeira.

É preciso redefinir o conceito de progresso e realizar ações que não prejudicam em nada, nem alteram sua rotina diária. O Fantástico do último domingo lançou uma questão que merece ser considerada. O que é progresso: ter um carrão e viver numa cidade onde ninguém respeita ninguém ou andar de bicicleta e respirar um ar puro e ter uma vida mais digna?

Atitudes triviais como jogar lixo no lixo, não usar embalagens plásticas além do necessário, andar mais a pé ou de transporte público deixaram de ser meramente uma questão de educação para alcançar status de preservação da humanidade. E isso não é exagero, é uma constatação. Mais do que uma crise econômica, passamos por uma crise ambiental muito mais grave e de consequências muito mais cruéis. É preciso repensar nossos valores e prioridades.